terça-feira, 26 de novembro de 2013

Ciência busca aliados naturais contra desastres (Desastres naturais não são em nada naturais)

Por HENRY FOUNTAIN
Quando o tufão Haiyan arrasou as Filipinas, em 8 de novembro, a onda formada pela tempestade elevou o nível do mar em até quatro metros em questão de minutos, matando milhares de pessoas e destruindo quase tudo que estava em seu caminho.
No ano passado, o furacão Sandy, que deixou mais de cem mortos no nordeste dos EUA, também gerou uma onda de quatro metros que deixou um rastro de destruição, especialmente em Lower Manhattan.
Quando a inundação gerada por supertempestades acaba e as águas recuam, chovem sugestões sobre meios de promover a segurança de áreas habitadas de baixa altitude.
Após a passagem do Sandy, algumas pessoas pediram a construção de muros mais altos para conter o mar. Outros especialistas propuseram projetos ainda maiores de engenharia, como barreiras contra elevações incomuns do mar provocadas por tempestades.
Mas as sugestões mais intrigantes envolvem abordagens naturais. No caso de Nova York, perguntam algumas pessoas, por que não fazer a cidade voltar aos tempos de capital das ostras e construir recifes no porto para ajudar a reduzir as ondas geradas por grandes tempestades? Por que não converter Lower Manhattan em paraíso aquático, criando uma frente de marisma que possa absorver ondas excepcionalmente altas geradas por tempestades?
Mas, enquanto algumas barreiras naturais, como dunas, são comprovadamente eficazes para absorver a energia de tempestades, não se sabe se marismas, recifes de ostras ou florestas de kelp (um tipo de alga) podem garantir muita proteção. As interações entre uma tempestade e os elementos naturais são complexas, e a dinâmica de cada tempestade é diferente, dizem cientistas, fato que torna difícil quantificar a proteção possível.
"Muitas pessoas andam dizendo que ecossistemas úmidos podem reduzir ondas marítimas excepcionais", diz o ecologista Rusty Feagin, da universidade Texas A&M. "Mas não há muitas evidências empíricas disso."
De acordo com proponentes de uma abordagem natural, pesquisas mostram que áreas pantanosas e recifes de fato garantem alguma proteção, especialmente contra ondas. Eles observam que soluções criadas pela engenharia, como muros contra o mar, encerram problemas próprios -por exemplo, podem agravar inundações e a erosão em outros lugares.
Marismas e recifes de ostras beneficiam os ecossistemas de outras maneiras. As marismas podem se elevar continuamente, acompanhando a elevação do nível do mar decorrente das mudanças climáticas, porque, à medida que as gramíneas que crescem nas marismas retardam o avanço da água, os sedimentos transportados pela água vão para o fundo, elevando o nível do solo. E ostras filtram impurezas, melhorando a qualidade da água.
Mas mesmo os maiores proponentes de defesas naturais reconhecem que elas têm desvantagens. "Apesar das limitações, todas essas ideias podem garantir alguma redução de riscos", disse Nicole P. Maher, cientista costeira sênior da Conservação Nacional em Long Island e estudiosa da baía Jamaica, em Nova York, e outras áreas alagadiças.
Se marismas ou recifes são eficazes para reduzir o avanço de grandes ondas marítimas, é porque eles dissipam a energia destas à medida que a água passa sobre gramíneas, raízes, cascas de ostra e outros materiais, gerando atrito.
Para Orton, "é fato que áreas alagadiças constituem barreiras, mas apenas no caso de áreas muito grandes".
Faixas estreitas de marisma, como o que foi proposto para algumas áreas em volta de Lower Manhattan, teriam quase nenhum efeito sobre ondas extraordinárias. E boa parte do resto da área de Nova York é tão coberta de construções que há poucos trechos grandes de áreas alagadiças para proteção contra tempestades. Mas, para Orton, um lugar como a baía Jamaica, que se estende por quase 16 quilômetros, pode proporcionar alguma proteção.
De acordo com Joannes J. Westerink, da Universidade de Notre Dame em South Bend, Indiana, mesmo que uma faixa estreita de marisma tivesse pouco impacto sobre ondas extraordinárias geradas por tempestades, ela ainda assim poderia reduzir a energia das ondas.
Fonte: NYT

Equilíbrio de Nash

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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Submarino nuclear ganhou força com pré-sal

Franceses aceitaram transferir tecnologia para a Marinha, mas o pacote que ofereceram ao Brasil é objeto de críticas
Avião desenvolvido pela Embraer pretende substituir os cargueiros C-130 Hércules, cujo projeto data dos anos 50
DE BRASÍLIA
Raridade em termo de prioridade pública, o Prosub e o KC-390 são projetos bem distintos em sua concepção.
Para a Marinha, a obtenção de uma força submarina relevante sempre foi prioridade. Em 1983, o governo assinou um acordo com a Alemanha, trazendo ao país os populares modelos de propulsão diesel-elétrica da série IKL-209/1.400.
Um barco veio pronto, e outros quatro foram feitos sob licença no país. Mas o objeto do desejo sempre foi o modelo nuclear, que tem autonomia teoricamente ilimitada e pode projetar poder e operar em águas profundas.
A descoberta do petróleo no pré-sal deram combustível para o projeto, e o acordo militar de 2009 com a França incluiu um dos maiores negócios do gênero --quase R$ 20 bilhões em 25 anos.
Os franceses tinham o trunfo de transferir tecnologia do submarino nuclear. Cobraram um pacote completo: estaleiro, base e quatro unidades convencionais da classe Scorpène, considerada inferior aos similares alemães ou russos.
A crítica sobre a necessidade de um submarino nuclear é a de que ele não é adequado à defesa costeira, de águas mais rasas. O reator e seus mecanismos são barulhentos, e silêncio é vital no ramo.
A Marinha argumenta que ele dará retaguarda e dissuasão nas águas profundas. Custo é um ponto: cada nuclear equivale a quatro convencionais só para construir.
Já o KC-390 representa uma aposta de risco moderado da FAB (Força Aérea Brasileira). Interessada em substituir sua frota obsoleta de cargueiros C-130 Hércules, um bem-sucedido projeto dos anos 1950, a Força encomendou um desenho moderno à Embraer.
A empresa entregou uma adaptação de seu modelo civil E-190, que foi rejeitada. Com a ajuda da FAB, um novo avião foi desenhado. É a maior aeronave já projetada no Brasil, e tem uma rede de fornecedores multinacional.
Ele mira ao menos 20% de um mercado de 700 Hércules e similares que devem ser desativados nos próximos 25 anos no mundo. Pretende ser mais barato do que Hércules: US$ 50 milhões contra US$ 65 milhões a US$ 80 milhões da versão mais moderna, a J.
Tem capacidade maior de transporte: 23,6 toneladas, contra 19 toneladas. Com motores a jato, é mais eficiente em voo, embora críticos digam que a previsão de operar em pistas de terra na Amazônia seja otimista. Para eles, turboélices como o Hércules não correm risco de "engolir sujeira" e pifar no pouso e decolagem. A Embraer afirma que isso não vai ocorrer.
O governo investiu R$ 3 bilhões no projeto. Para ver o dinheiro de volta, é preciso que a previsão da Embraer de exportação se concretize: a empresa prevê pagar todo o investimento em 20 anos por meio de royalties das vendas.
"O KC-390 será a principal força motriz de crescimento da área de defesa da Embraer nos próximos anos e uma plataforma de exportação de alto valor agregado para o Brasil", diz Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa & Segurança. Por ora há 60 pedidos informais de seis países pelo avião (28 da FAB). O primeiro protótipo deve voar em 2014 e entrar em operação dois anos depois.

Projetos militares lideram investimentos do governo: Submarino e avião tiveram R$ 2,5 bi neste ano, superando obras de infraestrutura

Defesa afirma que os dois programas estão coincidentemente nas etapas que exigem os maiores desembolsos
GUSTAVO PATUDE BRASÍLIAIGOR GIELOWDIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto as Forças Armadas reclamam publicamente da falta de verbas para atividades cotidianas, dois projetos militares são os maiores investimentos do governo Dilma Rousseff neste ano.
Juntos, o Prosub, para o desenvolvimento de submarinos, e o KC-390, um avião de transporte e reabastecimento aéreo encomendado à Embraer, receberam R$ 2,5 bilhões do Tesouro Nacional até outubro, segundo levantamento feito pela Folha.
Os montantes destinados a cada uma das iniciativas superam os desembolsos com as principais obras de infraestrutura tocadas pelo governo, casos das ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste e da transposição do rio São Francisco.
PAC
Os dois projetos militares foram incluídos este ano no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que reúne os investimentos considerados prioritários e livres de bloqueios de despesas.
Graças ao impulso da Defesa, a área econômica evitou um fiasco maior no desempenho dos investimentos do Tesouro Nacional no ano, de R$ 46,5 bilhões de janeiro a setembro, segundo os dados oficiais mais atualizados.
Essa modalidade de gasto, que reúne a construção civil e a compra de equipamentos, acumulou alta de apenas 2,9%, abaixo da inflação, enquanto as despesas totais do governo cresceram 13,5%.
No mesmo período, a Defesa investiu R$ 6,5 bilhões, uma expansão de 32%. Entre os ministérios que mais investem, a taxa só é superada pela Integração Nacional.
O número contrasta, contudo, com a queixa dos militares. Os comandantes das três Forças estiveram na semana retrasada no Congresso Nacional para reclamar R$ 7,5 bilhões a mais no Orçamento da União de 2014, mencionando situações como o fato de que 346 das 624 aeronaves da Força Aérea estão no chão por falta de manutenção e de combustível.
PESSOAL
O problema passa pelo fato de que o pagamento de pessoal, inclusive pensionista, come cerca de 70% do orçamento militar, previsto para R$ 72,9 bilhões no ano que vem. O gasto atual no setor está em 1,5% do Produto Interno Bruto, e a Defesa sugere que deveria ser de 2%.
Se não chega a emular a famosa frase do líder paquistanês Zulfiqar Ali Bhutto de que "mesmo que tenhamos de comer grama, faremos a bomba atômica", a situação indica o privilégio aos dois projetos considerados mais estratégicos para o país.
Segundo a Defesa, além disso, tanto o Prosub quanto o KC-390 estão coincidentemente em momentos de maior desembolso --a construção de submarinos tem previsão orçamentária até 2024, por exemplo.
TECNOLOGIA FRANCESA
O Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos) prevê, com tecnologia francesa, construir base, estaleiro, quatro submarinos convencionais e um de propulsão nuclear até a próxima década.
Essa capacidade hoje só é detida pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França). Base e estaleiro estão sendo feitos no Rio de Janeiro, e o primeiro submarino já está em construção.
O segundo projeto, iniciado também em 2009, visa colocar no ar o primeiro protótipo do maior avião brasileiro no ano que vem. As peças já estão sendo produzidas.
Fonte: Folha, 20.11.13

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Segurança de cruzeiros é posta em dúvida

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Um dos maiores navios de cruzeiro em 1985 era o Carnival Holiday, de 46 mil toneladas. Dez anos atrás, o Queen Mary 2 já era três vezes maior. Hoje os recordistas são dois gigantes de 225 mil toneladas cujo deslocamento, que serve como medida do peso de um navio, é aproximadamente igual ao de um porta-aviões da classe Nimitz.
Os navios de cruzeiro continuam crescendo e se tornando mais populares. A Associação Internacional de Linhas de Cruzeiro disse que, no ano passado, seus membros transportaram cerca de 17 milhões de passageiros, contra 7 milhões em 2000. Mas a expansão do tamanho dos navios está preocupando muitas pessoas, para as quais a mania de crescer encerra perigos potenciais.
Os riscos ficaram visíveis no ano passado, quando o Costa Concordia, propriedade da Carnival Corporation, sediada em Miami, naufragou parcialmente perto da costa da Itália, matando 32 pessoas.
Em fevereiro, um incêndio paralisou o Carnival Triumph, deixando milhares de pessoas à deriva durante quatro dias no golfo do México, até que o navio foi rebocado para terra.
Outro incêndio obrigou o Grandeur of the Seas, da companhia Royal Caribbean, a buscar um porto nas Bahamas em maio.
Os acidentes e incêndios intensificaram as preocupações sobre a capacidade dos meganavios de lidar com emergências. O Senado dos Estados Unidos aprovou uma legislação neste verão que reforçaria a supervisão federal das linhas de cruzeiro.
As operadoras dizem que navios maiores têm mais equipamentos contra incêndios e são mais seguros. Bud Darr, da associação de empresas do setor, disse que os navios hoje operam sob camadas de escrutínio, incluindo frequentes revisões de segurança por auditores contratados pelas operadoras e supervisionadas pelos países onde estão registrados. "Os padrões são universais", disse.
Neste ano, a Carnival disse que gastará US$ 700 milhões para melhorar suas operações de segurança.
O maior navio atual, o Allure of the Seas, da Royal Caribbean, tem 2.706 cabines e pode acomodar cerca de 6.300 passageiros e 2.394 tripulantes -o equivalente a uma pequena cidade.
Mais de uma década atrás, o diretor da Organização Marítima Internacional, a agência da ONU encarregada de regulamentações marinhas, advertiu sobre os perigos de se construir navios maiores e pediu uma revisão das regras de segurança. William O'Neill, secretário-geral do grupo na época, disse que a indústria não podia "contar com a sorte indefinidamente".
Um dos resultados foi uma série de novas regulamentações globais em 2010, que exigem que os novos navios tenham sistemas suficientes para permitir que voltem a um porto, mesmo na pior emergência. Somente cerca de dez navios construídos desde então cumprem essa norma.
"O problema é simples: eles os estão construindo grandes demais e colocando gente demais a bordo", disse o capitão William H. Doherty, ex-diretor de segurança da Norwegian Cruise Lines, a terceira maior operadora de cruzeiros do mundo. "Minha avaliação é que provavelmente eles superam o ponto de maneabilidade."
"A magnitude do problema vai muito além do que a indústria de cruzeiros quer admitir".

Armas impressas em 3D preocupam Europa: Mesmo não sendo duráveis, modelos podem ser letais

Por GEORGI KANTCHEV
PARIS - A pistola disparou quatro tiros em um bloco de gelatina. Cada bala de 9 mm perfurou profundamente a substância, que imitava a densidade de um corpo humano.
Para os especialistas do Ministério do Interior austríaco que realizavam o teste, aquilo foi um sinal claro: tratava-se de uma arma letal.
Mas não era uma pistola qualquer. Os funcionários haviam baixado os esboços digitais da arma pela internet e a "imprimiram" numa impressora 3D, vendida on-line por apenas US$ 1.360. Para produzir a pistola, as autoridades austríacas precisaram de 30 horas e de US$ 68 em polímero plástico, moldado camada a camada.
"Nosso interesse era ver se a fabricação de uma arma funcional usando essa tecnologia seria possível", disse Karl-Heinz Grundböck, do ministério austríaco do Interior. "A resposta foi um 'sim' muito claro."
Órgãos policiais de toda a Europa estão em alerta por causa da proliferação na internet de softwares que podem ser usados para produzir armas em impressoras 3D. A polícia teme que seja apenas questão de tempo até que tais armas sejam usadas em episódios de violência.
Em maio, o estudante de direito Cody Wilson, do Texas, publicou na internet seu projeto para uma pistola a ser impressa em 3D.
Os arquivos desse projeto foram baixados mais de 100 mil vezes antes que o Departamento de Estado dos EUA exigisse que eles fossem retirados do ar.
A Espanha liderou o ranking de downloads, seguida por Estados Unidos, Brasil, Alemanha e Reino Unido. Uma versão completa da arma, chamada Liberator, foi exibida em setembro no Victoria and Albert Museum, em Londres.
Apesar da tentativa de bloqueio do Departamento de Estado, os modelos da Liberator de Cody continuaram a se espalhar em sites como o Pirate Bay. Houve recentemente relatos de pessoas burlando detectores iguais aos dos aeroportos com armas de plástico impressas em 3D, cujos únicos componentes metálicos são percutores não maiores do que um prego curto comum.
Embora a tecnologia exista como processo industrial desde a década de 1980, só recentemente ela se difundiu, com a chegada de impressoras a preços acessíveis para o consumidor.
Segundo a Wohlers Associates, empresa de pesquisas para impressão 3D com sede em Fort Collins (Colorado), 35.508 impressoras pessoais desse tipo foram vendidas no mundo todo no ano passado, uma alta de quase 50% em relação a 2011.
A maioria foi adquirida por aficionados, adeptos da bricolagem, estudantes de engenharia e instituições educacionais, segundo Terry Wohlers, presidente da empresa.
Os modelos de armas evidentemente melhoram a cada mês. As primeiras versões da Liberator podiam disparar apenas algumas vezes antes que o cano da pistola precisasse ser substituído. Porém, em agosto, apareceu no YouTube um vídeo que aparentemente mostra um rifle impresso em 3D, chamado Grizzly 2.0, fazendo dez disparos com sucesso.
A fabricação de armas usando impressoras 3D já é proibida por uma portaria da União Europeia aos países-membros. Fiscalizar o cumprimento da regra, no entanto, pode ser algo desafiador.
Muitos adeptos da tecnologia de impressão em 3D estão céticos quanto à real ameaça dessas armas de fogo, no entanto. Uma amostragem dos fóruns de discussão de entusiastas do 3D mostra um cinismo generalizado sobre a capacidade dessas armas.
"Imprimir uma arma ou uma faca em 3D é o mesmo que fabricar um carro de queijo -simplesmente não vai funcionar", escreveu alguém que se identifica como "thejollygrimreaper" no fórum RepRap, uma das maiores comunidades on-line sobre impressão em 3D.
Um membro do fórum RepRap que se identificou como um estudante finlandês de 21 anos, morador de Tampere, disse que conseguiu imprimir uma pistola que funcionava e a estava testando.
O chassi da arma "ficou com uma rachadura após um só tiro", afirmou ele. "Nenhuma pessoa sã voltaria a dispará-la novamente."
Talvez não seja necessário.
"Mesmo que essas armas possam disparar apenas um par de tiros, elas mesmo assim podem ter um efeito letal", disse Michael Brzoska, diretor do Instituto de Pesquisas da Paz e da Segurança, da Universidade de Hamburgo.
"E você pode facilmente fabricar várias delas."

Agência Nacional de Inteligência Geoespacial - Fotografias via satélite

- Analisa círculo, veículos, armamentos e tráfego aéreo  dos líderes sob análise (Operação Dreadnougt no Irâ, 2009)